Dá-me o Teu Deus
Introdução
Eis um fato real contado pelo setor de mídia da Lagoinha, uma história que nos toca profundamente e encoraja a lutar e prosseguir:
O cantor Renato Gabry nasceu no Rio de Janeiro, capital, e foi criado na cidade interiorana de Itaperuna (RJ), onde serviu a Deus com seus pais. Em 2010, quando Renato tinha 20 anos, um grave acidente mudaria a vida daquela família.
O rapaz voltava da faculdade de moto a uma velocidade de apenas 40km/h, quando se deparou com um buraco na estrada. Já estava se aproximando de casa, quando a roda caiu dentro da depressão e ele foi lançado metros dali. O capacete voou e Renato bateu com a cabeça contra o chão. O acidente foi em baixa velocidade e não tinha nenhum outro veículo envolvido. Foi socorrido pelos seus vizinhos, inclusive sua tia estava passando pelo local no momento do acidente.
Renato não perdeu a consciência durante o desastre, mas sofreu de uma dor indescritível. Teve uma convulsão no local do acidente, outra na ambulância e por fim uma no hospital que só foi controlada com muito medicamento. Externamente era como se não tivesse sofrido nada; havia apenas um pequeno corte na cabeça. Quando fez exames mais detalhados, os médicos descobriram que estava com traumatismo crânio-encefálico, conhecido como TCE.
A pancada foi muito forte e atingiu a região mais sensível do cérebro. Foi para a Unidade de Treinamento Intensivo, UTI, porque teria que ser submetido urgentemente a uma cirurgia pela lesão cerebral. Induziu-se o coma, porque um coágulo havia se formado.
Depois da cirurgia, teve uma infecção no cérebro que se chama encefalopatia séptica. Sua cabeça começou a inchar. Controlada a encefalopatia, teve outra complicação. Os médicos contam que o rapaz teve todas as complicações que alguém na sua situação podia ter. Assim, foi acometido de um derrame pleural (seu pulmão começou a se encher de líquido), e depois teve uma espécie de bolha de sangue no pulmão. Por fim, teve pneumonia. Esta ficou tão severa que passou para toda a corrente sanguínea, afetando vários órgãos e tecidos. Foi então que Renato recebeu o diagnóstico de infecção generalizada. Por causa da infecção, seus rins, pâncreas e outros órgãos murcharam como se estivessem sendo comidos pela infecção. Como o rim não funcionava, teve que fazer transfusão de sangue, para que tivesse a chance de sobreviver; enquanto isso, seu coração funcionava à base de injeção de adrenalina.
Durante todo esse tempo a igreja, a família e quase toda a cidade estavam orando pela sua vida. Os médicos explicavam à sua mãe sobre o seu real estado. Às vezes diziam que ele não passaria daquela noite. Para se ter uma ideia da real situação, podemos tomar como referência uma escala da vida, indo de 1 a 15. As pessoas que se encontram no estágio 15 estão saudáveis, quem está no estágio 2 teve morte cerebral. Renato se encontrava na posição 3 da escala. Porém, sua mãe dizia aos médicos que ele em breve sairia do hospital. Os doutores achavam que ela não compreendia muito bem o que eles diziam porque mesmo com as notícias ruins, ela mantinha a mesma fé e convicção da cura de seu filho.
Como dito, a cidade estava em oração pela sua vida, e nas rádios anunciavam pedidos de oração. Uma mulher cega ouviu o anúncio e disse que Deus mandou que ela visitasse o jovem Renato.
Como ele já estava em estado terminal, pela medicina, no 15º dia da internação já estavam liberando qualquer tipo de visita, para que as pessoas pudessem se despedir do rapaz. Quem estava presente na UTI conta que o dia que essa mulher cega, chamada Ana Paula, entrou no quarto para orar por Renato, houve como uma espécie de fogo em volta do leito, mesmo com o ar-condicionado mantendo a temperatura muito baixa.
Ela orou fervorosamente por Renato e naquele mesmo dia ele acordou. Os médicos contam que seus parâmetros mudaram, sua medição de plaquetas melhorou instantaneamente, seus órgãos recuperaram tamanho e aspectos normais. Suas lesões cerebrais, por fim, desapareceram.
Quando ele acordou, não se lembrava de nada; não sabia nem quem era. Sua mãe falou com ele, explicando sobre o acidente. Gradativamente começou a se lembrar das coisas, então recordou que era cristão e cria em Deus. Então começou a orar, ouvindo no hospital a música que sua mãe havia colocado no quarto, chamada “Jeová Rafah, o Deus que cura”. Essa música, o próprio Renato Gabry havia gravado um ano antes do acidente.
A equipe médica reconhece que houve milagre no caso. Inclusive um médico disse: “Uma coisa é certa: não sei se foi Deus ou algo sobrenatural, mas esse menino não é daqui. A gente nunca vê isso acontecer”.
Aleluia! Deus faz o que a mente comum não pode imaginar, coisas que só se vêem com os olhos da fé, e que não podem jamais ser esquecidas.
1 – Boas lembranças não podem ser esquecidas
Hoje, Renato Gabry canta o milagre de Deus. Aliás, seu primeiro CD, gravado ao vivo em 2012, tem como música tema a canção intitulada “meu milagre”, e se baseia nessa tremenda história de cura.
Na história de Rute e sua sogra Noemi há uma sequência de fatos trágicos: primeiro vem a fome a Israel, fazendo com que Elimeleque, sua esposa Noemi e os dois filhos do casal, Malom e Quiliom, vão embora para a terra de Moabe. Elimeleque morre, e seus dois filhos se casam com moças moabitas chamadas Orfa e Rute. Quase 10 anos depois eles morrem, e a viúva Noemi agora também fica sem filhos. Quando ela está retornando desolada, sem esposo e sem filhos para Israel, sua terra natal, e apesar de todas as suas palavras de dor, Rute deixa a todos nós boquiabertos. Noemi está voltando para sua terra e manda a suas noras permanecerem em Moabe e casarem-se novamente. Mas Rute desobedece, decide segui-la, e diz: “… Seu povo será meu povo, e seu Deus, o meu Deus” (Rute 1:16).
Rute diz: SEU DEUS SERÁ O MEU DEUS! Essa frase se refletirá num conceito poderoso que acompanhará homens e mulheres que servem ao Senhor. Muitos dirão, por causa deles e delas: Dá-me o teu Deus!
Se eu e você andarmos com Jesus; se vivermos como amigos de Deus, como a mãe de Renato Gabry, ou como a senhora cega que orou no hospital, nossa maneira de viver, a glória que irá acompanhar nossa história fará com que muitos digam como Rute disse a Noemi: Eu quero o teu Deus! Mesmo na nossa hora de dor, a memória do que Deus fez por nós ainda arderá em muitos corações!
Mas parece que estamos antecipando as coisas. Por que Rute, a moabita, mulher que não era judia, disse isso? Certamente não foram as palavras mais recentes de Noemi, nem os acontecimentos mais recentes de sua vida que impulsionaram Rute a querer o Deus de sua sogra. Ao contrário, naquela hora a impressão que eu tenho em Noemi é a de uma mulher profundamente decepcionada com Deus. Em Rute 1:15 Noemi diz: “Veja, sua cunhada voltou a seu povo e a seu deus; volte, siga sua cunhada”.
Mas Rute está de algum modo marcada e, por mais surpreendente que pareça, nem o espírito amargurado de sua sogra consegue apagar essa marca!
Apesar de o relato bíblico não nos dar muitos detalhes, há uma luz no verso 1, ao dizer: Quando os juízes ainda julgavam, nos dias em que houve uma fome na terra, certo homem de Belém foi viver no território de Moabe.
Ou seja, Elimeleque, cujo nome significa em hebraico “meu Deus é Rei”, e sua mulher Noemi, mudaram-se de Israel para a terra de Moabe entre os anos 1200 e 1050 a.C. Considerando-se que apenas em Juízes 6, só na época de Gideão, é que se fala abertamente de fome na terra de Israel no período dos juízes, é certo que essa família bem conhecia as histórias dos grandes livramentos de Deus através de Josué, na conquista de Canaã. Possivelmente Elimeleque e Noemi, e através deles Malom, Quiliom, Rute e Orfa também conheciam a fantástica história da libertação de Israel do domínio do poderoso rei cananita chamado Jabim. Deus usara uma profetisa chamada Débora para encorajar Baraque a liderar a batalha contra o exército do general de Jabim, o general Sísera. E depois que Sísera tentou fugir, uma mulher chamada Jael o matou.
Rute sabia, de algum modo, que Deus faz a coisa que ninguém espera, na hora em que ninguém espera, usando pessoas que ninguém espera! E até que Ele faça de novo algo miraculoso, não podemos esquecer do que Ele já fez por nós ou pelos outros.
Rute era uma viúva, assim como Noemi. Sua esperança de salvação não estava necessariamente no que Deus fizera por ela, no passado, mas no que Deus fizera pelo povo de seu esposo, de seu sogro e de sua sogra. Rute possivelmente se encheu de esperança ouvindo as histórias de outros.
Talvez ela disse entre lágrimas: Minha sogra, eu não posso ficar aqui em Moabe. Eu não creio mais no deus do meu povo. Porque agora eu sei. Eu ouvi as histórias de Josué e dos primeiros juízes, e eu sei, sim, eu sei que só o Deus do teu povo é verdadeiramente Deus!
Que os milagres de outros encham a nossa vida com fé, a ponto de experimentarmos nossos próprios milagres na caminhada com Jesus.
Que assim como o Deus da família e do povo de Noemi se tornou o Deus de Rute, o Deus de Renato Gabry, de sua mãe, da mulher cega, o Deus da Bíblia seja o nosso Deus.
Após narrar histórias e mais histórias de fé, no capítulo 11 de sua carta, o autor aos Hebreus inicia o capítulo 12 fazendo-nos um poderoso convite, lançando mão do maior de todos os exemplos de fé, que é Jesus:
Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. (Hebreus 12:1–3)
Lembre-se do que Ele fez ontem!
2 – “Dá-me o teu Deus” em meio ao vento
Para quem dia-a-dia anda com Cristo, todo vento, enfim, será visto como vento de Deus.
Dê atenção ao chamado de Saulo, em Atos 9:15–16: “Mas o Senhor disse a Ananias: — Vá, pois eu escolhi esse homem para trabalhar para mim, a fim de que ele anuncie o meu nome aos não judeus, aos reis e ao povo de Israel. Eu mesmo vou mostrar a Saulo tudo o que ele terá de sofrer por minha causa”
Os sofrimentos de Saulo estavam no plano eterno de Deus.
Veja o que aconteceu com Pedro após o milagre da multiplicação dos pães:
22 — E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão. 23 — E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. 24 ‑E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário; 25 — Mas, à quarta vigília da noite (entre 3 e 6 da manhã, segundo as vigílias romanas), dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar. 26 — E os discípulos, vendo‑o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. 27 — Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. 28 — E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. 29 — E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 — Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! 31 — E logo Jesus, estendendo a mão, segurou‑o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? 32 — E, quando subiram para o barco, acalmou o vento. (Mateus 14:22–32)
Princípios revelados no texto:
1 – COM CRISTO, VENTO CONTRÁRIO É PARTE DA CENA DO MILAGRE!
2 – MESMO COM CRISTO VEREMOS AS ONDAS E SENTIREMOS O VENTO!
3 – A ÚNICA PERGUNTA DEVIDA EM MEIO AO VENTO E ÀS ONDAS É: AO ENCONTRO DE QUEM VOCÊ ESTÁ INDO? SE A RESPOSTA FOR: DE CRISTO, NÃO PARE!
4 – O MESMO CRISTO QUE DIZ “VEM COMIGO”, É AQUELE QUE NOS SUSTENTA SOBRE AS ÁGUAS, E NOS LEVANTA SE FORMOS AFUNDAR!
3 – “Dá-me o teu Deus” para que eu o glorifique
Em último lugar, voltando à história de Rute, devemos entender que, ao mudar de Deus, ela mudou sua adoração. Ela está dizendo: Minha sogra, eu quero cultuar. Eu quero honrar o Deus do teu povo!
O que Ele fez e o que Ele prometeu fazer no futuro me impulsionam a fazer algo hoje por Ele!
Ao se despedir dos líderes da igreja de Éfeso, Paulo lhes disse, em Atos 20:
19 Fiz o meu trabalho como servo do Senhor, com toda a humildade e com lágrimas. E isso apesar dos tempos difíceis que tive, por causa dos judeus que se juntavam contra mim. 20 Vocês também sabem que fiz tudo para ajudar vocês, anunciando o evangelho e ensinando publicamente e nas casas. 21 Eu disse com firmeza aos judeus e aos não judeus que eles deviam se arrepender dos seus pecados, voltar para Deus e crer no nosso Senhor Jesus. 22 Agora eu vou para Jerusalém, obedecendo ao Espírito Santo, sem saber o que vai me acontecer lá. 23 Sei somente que em todas as cidades o Espírito Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando. 24 Mas eu não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.
Mais à frente, no mesmo capítulo, Paulo dirá:
32— E agora eu os entrego aos cuidados de Deus e da palavra da sua graça. Pois ele pode ajudá-los a progredir espiritualmente e pode dar-lhes as bênçãos que guarda para todo o seu povo.
Há inúmeras bênçãos para hoje: milagres extraordinários, salvação e cura. E todos esses milagres apontam para algo ainda maior, guardado no céu para os vencedores. Portanto, mantenhamos os olhos fixos em Jesus e marchemos até o fim! Amém.