Eu Creio
O apóstolo Pedro coloca diante de nós um problema:
I Pedro 3:13–15 — 13 “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? 14 Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; 15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.”
Pedro sustenta que a fé não pode ser algo sem fundamento, sem motivo, sem explicação. Eu preciso saber no que creio, e porque creio no que creio.
Temos, então, algumas perguntas importantíssimas a fazer:
1 – Será que, dentre tantas crenças que há no mundo, a fé verdadeira é mesmo a fé cristã? (E por muitos séculos o cristianismo tem sido a religião predominante!)
Ou
1 – Como eu posso ser cristão num mundo onde há tantas religiões, e dizer que aquilo em que eu acredito é verdade?
Surgem os problemas da verdade relativa (o que é para um não é para outro) e da verdade absoluta (o que é, o é para todos).
2 — Existe verdade absoluta?
Absolutos de Jesus sobre Si Próprio, e a obrigação moral
Bem… Se a fé cristã é a fé verdadeira. Se as afirmações de Jesus sobre si próprio, em todo seu absolutismo, forem verdadeiras, por exemplo quando Ele diz:
a) João 14:6 — … Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
b) Mateus 19:29 — E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
c) João 3:16–18 — Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 18 — Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
d) João 6:45 — Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.
e) João 6:47 — Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. 51 — Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 53 — Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54 — Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
f) João 10:27 — As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; 28 — E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. 30 — Eu e o Pai somos um.
g) João 11:25 — … Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 26 — E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
h) João 12:46 — Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
Se essas declarações de Jesus são, de fato, verdadeiras, então todas as demais crenças que se opõem a isso, ou são grandes equívocos ou são mentiras intencionais, ou são meias-verdades. E lembremos que meias-verdades são, na prática, meias-mentiras.
Ou seja, diante desses absolutos de Jesus, todas as crenças que não concordarem com elas devem ser encaradas como mentira. E se são mentira, surge a obrigação moral de cada cristão anunciar a sua fé àqueles que cristãos não são.
Ou seja, fará todo sentido o mandamento de Jesus em Marcos 16:15: … Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Mas… Se de outro lado os absolutos de Jesus não forem verdadeiros, então a crença em cada um dos mandamentos propostos por Cristo é uma grande tolice e um fardo humano. Como fardos, esses mandamentos devem, então, ser abandonados. Não faz sentido o homem criar uma carga para que ele mesmo carregue, sem poder algum de salvação, bênção, transformação.
Jesus disse que Ele é o único caminho. Jesus se diz único! Ou Ele dizia a verdade, ou então era louco, ou foi um mentiroso. Mas, desde que qualquer um concorda que Jesus foi um bom homem, como, então, Ele poderia ser bom e louco, ou bom e mentiroso? Ele tinha de estar falando a verdade. Ele é o único caminho!
Buda não voltou da morte, nem Confúcio ou Zoroastro (Zaratrusta). Maomé (Muhammed) não cumpriu profecias detalhadamente. Alexandre, o Grande, não voltou da morte nem curou doenças. E apesar de existir pouquíssima informação confiável escrita a respeito deles, muitos crêem neles.
O argumento matemático (informação extraída do livro Evidência que Exige um Veredito de Josh McDowell)
“As seguintes probabilidades foram calculadas por Peter Stoner em Science Speaks (Moody Press, 1963). Coincidências estão fora da ciência da probabilidade.
Stoner diz que, usando a moderna ciência da probabilidade, em referência a apenas oito profecias, ‘nós encontramos que a chance de um único homem ter vivido antes da presente época e ter cumprido plenamente todas as oitos profecias é de 1 em 10(17).” Isso seria 1 em 100,000,000,000,000,000 (100 MIL TRILHÕES OU 100 QUATRILHÕES).
Para ajudar a compreender esta estonteante probabilidade, Stoner ilustra isto supondo que “se nós tivéssemos 10(17) moedas de 0,50 dólar (em nosso caso, R$ 0,50) e então espalhássemos pelo território do Texas, cobriríamos toda a face do estado em uma altura de cerca de 70 cm. O Texas é um gigante de 695.661,56 km² (equivalente a algo como os estados da Bahia e de Pernambuco somados).
Agora marque uma dessas moedas e agite‑a junto com toda a massa de moedas sobre todo o estado. Pegue um homem e diga que ele poderá ficar com tudo aquilo, desde que ele diga onde está a moeda marcada e nos mostre ela. Que chance ele teria de acertar na primeira?
Esta é a mesma chance que os profetas tinham de escrever oito profecias e elas se cumprirem em um único homem.”
Stoner considerou 48 profecias e disse: “nós encontramos que a chance de um único homem cumprir totalmente todas as 48 profecias será de 1 em 10(157), ou 1 em
100,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000.
O número estimado de elétrons no universo está em torno de 10(79). Isto é uma evidência de que Jesus não cumpriu as profecias por mero acidente. Ele é o Messias prometido. É exatamente tudo o que Ele diz sobre Si Próprio. Ele é tudo o que ele diz ser! Aleluia!
O argumento moral
Quando Jesus diz, em João 6:53, “… Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54 — Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” e diz, em Lucas 9:23, “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”, e ainda diz, em João 14:23, “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”, Ele está afirmando para nós que a fé cristã vai além de uma fé meramente externa: algo diante de mim, no qual eu creio. Não é apenas isso!
No exato momento em que eu passo a crer nessa coisa fora de mim, ela tem vida própria e vem habitar em mim! A fé cristã brota do coração e se volta para Aquele que vem habitar o coração, desde o primeiro momento.
A fé cristã é uma experiência de crença nAquele que passa a habitar em mim, nAquele que é mesmo outra vida dentro de mim. E essa outra vida dentro de mim é agora a vida que eu tenho de viver por meio do meu corpo.
Ou seja, a minha velha vida começa a morrer diante dessa nova vida que vem crescendo dentro de mim, diante dessa outra pessoa que agora mora em mim, e é pura, verdadeira, sábia e amorosa.
Essa nova vida que entrou em mim, esse novo EU que passa a habitar em meu corpo irá passo a passo matando minha velha vida, meu velho EU.
Bem falou o apóstolo Paulo, no famoso texto de Gálatas 2:20: Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo‑a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Essa é a fé cristã! Uma experiência contínua de negação do eu, e de morte. Uma morte que brota de dentro.
Precisamos, então, reexaminar o texto de Lucas 9:23!
Ao que parece, ali Jesus não está primeiro ordenando que alguém tome cada dia sua cruz. Ele estaria, em primeiro lugar, advertindo que fé cristã é simplesmente esse morrer contínuo. Ele não estaria em primeiro lugar ordenando ao homem morrer a cada dia, mas estaria em primeiro lugar deixando claro que a conversão produziria automaticamente em quem nEle cresse uma morte contínua.
Quando olho para a Bíblia Judaica, essa ideia fica ainda mais clara. Assim lemos, ali, Lucas 9:23: “Então disse a todos: Se alguém quiser me seguir, terá de dizer não a si mesmo, tomar diariamente sua estaca de execução e continuar a me seguir”!
De antemão Jesus adverte seus discípulos dizendo-lhes algo como:
“Passo-a-passo vocês deixarão de ser o que são. Vocês se transformarão em outra coisa por causa dessa vida que entrará em vocês, e que ao mesmo tempo que é vida é morte, pois vai matando a velha vida que habitava em vocês. Algumas relações doentias, alguns hábitos ruins, alguns pecados começarão a morrer, vocês serão novas pessoas por causa dessa nova pessoa que entrará em vocês”.
A doutrina da substituição
E essa morte e nova vida ocorrem pela fé nAquele que morreu pelos pecadores. E aí temos novo problema: a doutrina da substituição. Cristo fez, segundo dizem alguns, o que seria impossível: assumir a culpa de outros!
Quem se opõe a esta que é uma das bases da fé cristã, o sacrifício de Cristo em lugar dos pecadores, tropeça em várias questões. Por exemplo:
1 – Nega uma das maiores demonstrações possíveis de amor: uma pessoa inocente se entregar à condenação em lugar de uma pessoa culpada;
2 – Ignora o grau de parentesco entre o inocente e os culpados que ele representa. Ou seja, ignora que o Inocente é o irmão mais velho dos culpados pelos quais Ele morre;
3 – Ignora também o fato de que é o Pai de todos esses quem ordena ao inocente, o Filho mais velho, substituir todos os demais filhos, que são na verdade culpados.
Ignora, então, a maior manifestação de amor do Filho, a maior manifestação de amor do Pai, a sabedoria do Pai que manda o Filho mais velho substituir os filhos menores que são fracos em relação ao irmão mais velho. Ignora o parentesco que há em todas essas relações. Essa objeção traz consigo um peso de frieza para todas as relações de quem professa essa crença.
Quem não consegue admitir a maior prova de amor por parte do Pai e do Filho jamais vai entender manifestações profundas, substitutivas, sejam elas quais forem, de amor. Evidentemente, por não as entender, por não as aceitar, também não as praticará!
Alguém diria: mas o que importa não é que o outro está sendo ajudado, servido? Não! Para o outro isso é bom, mas para quem pratica o bem sem crer na substituição de Cristo, vale o que diz a Escritura:
I Coríntios 13:3 — E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
A motivação dos atos, incluindo a pregação, daquele que segue ao Cristo que se entregou como substituto, e daquele que rejeita a possibilidade de Cristo substituir os pecadores, serão distintas: Um pregará por amor ao próximo. O outro propagará sua mensagem por amor a si próprio.
O que pregar por amor pelo próximo o fará porque foi salvo; porque passou a ser habitado por Aquele que é Amor. E habitado por Aquele que é Amor, simplesmente AMA como Ele ama.
Em contrapartida, aquele que pregar, não por amor ao próximo, mas para difundir sua doutrina por amor a si próprio, numa tentativa de auto-salvação, deixa claro que ainda não é habitado por Aquele que é o amor. Seus atos não são atos de amor, altruístas e desinteressados, mas são uma tentativa de auto-salvação. E só tentará auto-salvação porque, não sendo habitado por Aquele que é Amor, ainda não foi salvo!!! E não poderá ser salvo enquanto não for habitado por Aquele que é amor, ainda que pratique atos que sejam chamados atos de caridade. Esses atos de caridade não são atos de amor, porque não são o resultado de o indivíduo, por fé no Cristo substituto, ser habitado por Aquele que é Amor, e amor que se entrega.
A tentativa de auto-salvação, para todos os sentidos, será sempre loucura. E a crença no amor de Cristo, no amor do Pai, no ato substitutivo em favor dos pecadores, além de ser fé genuína no Amor, além de trazer para dentro da vida da pessoa que crê, Aquela pessoa, Deus , que é AMOR… A crença no ato substitutivo de Cristo, ao operar essas consequências, irá se manifestar na vida daquele que crê como SALVAÇÃO. E a salvação se manifesta em genuíno e absolutamente desinteressado AMOR pelo próximo.
Ou seja, a renúncia de SI, na fé cristã, é a consequência natural de se crer e ser habitado por Aquele que é Amor, o qual que renunciou a SI mesmo em favor dos pecadores.
Ninguém que é habitado pelo AMOR não AMA. Quem é habitado pelo AMOR, ama simplesmente.
I João 2:5–6 — Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. 6 — Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
O Único Deus Substituto
Preciso encerrar com um fato: somente a fé cristã apresenta um Deus que renunciou a si próprio, o Deus da Graça!
O Deus cristão nos apresenta uma religião “ao contrário”: em vez de os humanos saírem em busca de Deus, é Deus que é religioso para com o homem, buscando a “religação”. O Deus cristão é o Único que, por puro amor, tem no coração a salvação do homem. Ele é por isso o Único que gera homens que, sem qualquer interesse pessoal (de auto-salvação, particularmente), solidarizam-se e se comprometem com os demais homens, revelando o caráter gracioso de seu Pai.
Deus é capaz de se entregar à morte para salvar o bem mais precioso que possui: seus filhos. E não somente aqueles que são circuncidados, ou que não comem porco, ou que imolam um carneiro, etc.
A fé no único Cristo é, consequentemente, a única verdadeira fé.
Testemunhos
“O iraniano Elia Hosseini, de 20 anos, sofreu na adolescência uma opressão dupla — da polícia religiosa (no Irã, ela tem autoridade para prender, torturar e matar) e do próprio pai, um muçulmano fundamentalista que teria tentado assassinar o filho por simplesmente não tolerar os contatos que este tinha com cristãos.
— Ser cristão significa para mim ter a sensação da mais profunda liberdade — diz o iraniano, que todo domingo frequenta a igreja de Steglitz.
Em Berlim, Alemanha, os novos cristãos preferem a igreja luterana, que tem liturgias mais festivas, com mais músicas sacras e um sermão mais longo.
Talvez influenciado pela própria experiência, Hosseini diz que o cristianismo é a religião da alegria, enquanto o Islã é uma religião triste.
— Aqui em Berlim, as pessoas sorriem quando cantam na liturgia; já nas mesquitas do Irã, eu só tinha vontade de chorar — lembra ele”.
“De acordo com entrevista da TV Al-Jazeerah, com o sheikh Ahmad Al Katani, a cada hora 667 muçulmanos se convertem a Cristo. Todos os dias, 16 mil muçulmanos se convertem a Cristo. Todos os anos, 6 milhões de muçulmanos se convertem a Cristo.”
O Amor tem atraído homens e mulheres para Si. Aleluia! Não nos intimidemos, mas ousemos falar, com mansidão e temor, a todos os homens, “a razão da esperança que há em nós”. Amém.